Os carregadores transportam cargas especiais marcadas com “efu”. Efu era uma etiqueta colada nas mercadorias para indicar sua afiliação a instituições como a corte imperial, o shogunato, famílias de nobres ou de guerreiros. Acredita-se que os efus presentes no quadro estejam decorados com leques ou com emblemas comemorativos vermelhos e brancos, sugerindo-se tratar de mercadorias relacionadas a ocasiões festivas.

A estrada em declive de uma colina levemente elevada, visível à direita do quadro, é conhecida como Shiomi-zaka, famosa por sua bela vista panorâmica. O mar de Enshu se estende ao fundo.

Em primeiro plano no quadro, um grande barco de travessia segue atravessando Imakiri que tem “kaijō ichiri” ou uma légua marítima (cerca de 3,9 km) em direção ao ponto de parada de Arai. O quadro oferece uma visão do interior do barco, mostrando seus passageiros desfrutando de um breve intervalo a bordo. À esquerda da paisagem, pode-se ver o posto de controle de Imakiri. Este posto de controle era conhecido por sua rígida fiscalização, comparável ao posto de controle de Hakone.

O ponto de parada de Maisaka era localizado na costa leste da região sul do lago Hamana. Para atravessar o lago Hamana a partir deste ponto, utilizava-se o serviço de balsa chamado “Imakiri no watashi”. Imakiri era o local onde, antigamente, uma faixa de terra separava o lago Hamana do mar de Enshū, mas devido a um terremoto durante a era Muromachi, essa faixa de terra foi rompida, ligando-se o lago Hamana ao mar de Enshū.

Ao fundo, com as águas agitada do mar de Enshū, a cena retrata duas mulheres caminhando enquanto conversam, com cada uma carregando uma cesta cheia de folhas de pinheiro. A impressionante representação das árvores de pinheiro, grandes a ponto de se estenderem para fora do quadro, também é notável.

A cena retrata barcos cruzando o rio Tenryū. Apesar da paisagem de travessia tranquila de barco, o rio Tenryū da vida real, conhecido como “Abare Tenryū” (ou Tenryū selvagem), era conhecido por suas corredeiras e águas turbulentas.

Ao lado dos viajantes que avançam pela estrada de Tōkaidō, há jovens locais empinando pipa. Nesta região com ventos fortes, empinar pipa era uma atividade popular, especialmente um tipo de pipa chamada de “enshū”.

O “torii” à esquerda do quadro é do santuário Akihagongen, localizado no monte Akiba. Akibagongen é venerado como o deus protetor dos incêndios e atraiu muitos peregrinos durante o final da era Edo.